Belém nunca foi tão Belém como ontem. A chuva forte, que começou no fim da tarde e se estendeu pela noite trouxe a tona o perfil da cidade das mangueiras.
A chuva de fim de tarde que faz sentir saudades da época de criança quando tomar banho de chuva é quase obrigatório. Mas a saudade aos poucos vai dando espaço para uma tristeza, a de que no momento presente a chuva já não é sinônimo de alegria. As memórias da infância aos poucos dão espaço a uma angústia e um sentimento de impotência. As gotas de água que caem do céu, que um dia foram alegria agora podem simbolizar o desastre, o indício de que algumas famílias podem perder o pouco que tem.
E quando digo que Belém nunca esteve tão Belém é por que ontem a chuva, uma das características da cidade das mangueiras, mostrou ao mesmo tempo duas faces de Belém. Uma que amamos e que nos faz querer voltar a ser criança, só pra poder correr, brincar de pira enquanto a chuva cai. A outra nem tão bonita, nem saudosa, que só dá vontade de enterrar – quem sabe se construírem outra Basílica e enterre-lá como fizeram com a cobra grande, como dizem os livros de história.
Enfim,... Belém ontem foi Belém. Alegria e tristeza se misturavam nas ruas da bela esquecida cidade.
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