Um dia qualquer, brutos inocentes e Marajó: barreira do mar são alguns dos filmes produzidos no Pará na década de 1960. O autor foi Libero Luxardo, pioneiro do cinema na região.
Na época, a frase uma idéia na cabeça e uma câmera na mão, era o que literalmente movia os idealizadores apaixonados pela sétima arte na Amazônia. Mesmo com as dificuldades tecnológicas e financeiras, os profissionais da região nunca desistiram.
O resultado é um cinema parauara reconhecido até fora do país. O exemplo, o filme mulheres choradeiras, da cineasta Jorane Castro, que, em 2001, concorreu à quinzena dos realizadores no festival de Cannes.
Apesar da produção intensa, ainda faltam incentivos e mão de obra qualificada na área. Situação que pode mudar com a criação do curso de cinema e audiovisual da universidade federal do Pará, o primeiro da região norte.
Segundo Claudia Melo, coordenadora e professora do curso, a habilitação se dá em um momento expressivo para o cinema nacional:
“A criação do curso de bacharelado em cinema e audiovisual é verdadeiramente um marco na história do cinema brasileiro e do cinema paraense. Ele chega para marcar esse novo ciclo da produção cinematográfica no país.”
Para Woltaire Masaki, estudante de cinema, “Com relação ao mercado de trabalho há muitas alternativas, principalmente pelo crescimento do cinema na Amazônia”.
Nós primeiros anos o curso seguirá em regime intervalar, a primeira turma é formada por 26 alunos. As aulas começaram no dia 03 de janeiro. E com o tema “o zoom que faltava” professores e estudantes preparam o 1º encontro acadêmico do curso, o CINEMAZON.
De acordo com a cineasta e professora Jorane Castro o objetivo do encontro é festejar a chegada do curso:
“O objetivo é fazer divulgação do curso, mostrar que o curso está começando. Proporcionar aos alunos uma discussão profunda e uma interação com pessoas do meio.”
Na programação do evento: conferências, mesa redonda e palestras com temas sobre mercado de trabalho e cinema na Amazônia. Além de filmes produzidos pelos calouros.
O 1º CINEMAZON acontece nos dias 20 e 21 de janeiro, no teatro Claudio Barradas, que fica na av. Jerônimo Pimentel esquina com d. Romualdo de seixas. As inscrições são gratuitas e o evento contará com as presenças de: Orlando Senna, referência em cinema na América Latina; Adelaide Oliveira, presidente da FUNTELPA; Adriano Barroso, ator e roteirista; entre outros nomes importantes na área cinematográfica e na própria UFPA.
primeiros tempos, com exibições de filmes de autores como Charles Chaplin. As sessões começam as 16:30 h da tarde e vão até o dia 31 de janeiro.
Programação no site: http://holofotevirtual.blogspot.com/2011/01/orlando-senna-ministra-aula-inaugural.html ou, para maiores informações @cinemaufpa.
Um comentário:
O curso de Cinema da UFPA vai trazer muitas vantagens para a área da Arte e da Comunicação da nossa região.
Por anos o cinema paraense foi quase artesanal, sustentado por gente que realmente batalhava para realizar o sonho de ter uma obra audiovisual, espero que agora essa situação mude.
Sem falar do número de estudantes paraenses que se interessavam pelo curso mas que tinham que procurar áreas afins ou até mesmo viajar pois não encontravam a oportunidade de cursa-lo no próprio estado, parabéns a UFPA pela iniciativa.
Só acho que a matriz curricular do curso deveria abarcar um pouco mais de conteúdos da área da comunicação social, da sociologia, psicologia e da filosofia, para que façam uma melhor interface com a área das artes e do social, criando assim profissionais mais preparados crítica e teoricamente.
Boa sorte a todos os academicos do curso de Cinema, que está iniciando uma história de sucesso na Amazônia.
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